sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

O triste fim da licença maternidade

Hoje é dia de post novo...e melhor post de amigas! Adoroooo...

Deixa eu apresentar essa pessoa querida que fez o post de hoje. Essa é a Fê (Fernanda Mangueira), amiga de alguns anos e como tudo na vida conheci a Fê em minha ultima experiência profissional corporativa.
Praticamente engravidamos juntas e depois disso já viu né... trocamos muitas e milhões de figurinhas sobre a gravidez, parto, nascimento, cuidados e assim vai...

O mais legal de ler a experiência da Fê é perceber que nós não somos tão diferentes assim, e no final das contas... o medo, a insegurança, bate em todo mundo. Lendo a experiência alheia a gente se sente mais humana e percebe que não existe super mãe!

Obrigada Fê por seu relato!
E a você leitor, divirta-se e deixe seu comentário!

Beijos e até a próxima! (com mais novidades =)


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O triste fim da Licença Maternidade

Texto By: Fernanda Mangueira


Quando decidimos ter um filho após 5 anos de casamento, eu imaginava que seria uma mãe pratica, moderna.... Que tudo seria muito simples! Ele nasce, fico de licença o que der e depois volto ao trabalho sem problemas. 

Doce engano! 

Quando o Guilherme nasceu tive certeza que estava totalmente errada. Queria ficar com ele todos os minutos, todo o tempo possível da vida! 

Então comecei a juntar tudo o que podia para estender os dias em casa. Tive os 4 meses de licença, 1 mês de férias e 15 dias de Licença Amamentação - que na verdade não existe: é uma cortesia que algumas empresas oferecem ao invés das horas para amamentar. 

Os dias foram passando e a relação com o bebe cada vez melhor. Cada dia uma novidade, ele interagindo e o relógio avisando que meu tempo com ele em casa estava acabando. 

Desejei sim parar de trabalhar! Chorei dias, meses. Infelizmente não tinha como deixar de lado o trabalho.... Temos planos para realizar que só eu e meu esposo trabalhando são possíveis. A ideia de um bom futuro, um irmão, me fez respirar fundo e aceitar que teria sim que retornar. 

Falo que acho injusto demais essa sequência das coisas. A gente fica trancada em casa com nossos filhos durante meses e vamos ser honestas: os primeiros dias são muito difíceis! O aprendizado, a rotina, o momento que mãe e filho passam a se conhecer... e quando tudo começa a ficar mais fácil e entrar nos eixos temos que cortar o laço e ter neste momento a primeira a primeira lição de desapego dos filhos. 

E agora? Babá, Berçário ou Vovó? 



Desde que engravidei, minha mãe demonstrou o desejo de cuidar do Gui. Ela sempre teve o sonho de viver a experiência da vovó que cuida dos netos. Tenho um sobrinho que mora longe e ela não pôde cuidar. 

Dentre as opções, se ela não pudesse ficar, minha segunda opção seria Berçário. O próprio pediatra na época concordou. Tenho um certo receio de deixar alguém em casa sozinha com ele. No berçário existem mais pessoas olhando e acompanhando. 

Então estava decidido: Ele ficaria com a vovó. 

Como ele ficaria na casa da minha mãe, preparamos na casa dela toda a estrutura para eu não ter que ficar levando e buscando todos os dias roupas, fraldas, remédios, cadeirão, etc. Ela teria tudo em mãos. 

Saber que ele ficaria com a minha mãe foi o que me deixou tranquila. Sim, tive crise de ciúmes, medo dele gostar mais dela do que de mim. Conversamos a respeito e mais uma vez minha mãe me ajudou a acalmar meu coração e confiar que o meu lugar no coração dele está garantido!  


Preparação - Alimentação 

Quando ele completou 5 meses precisamos decidir como seria a alimentação com o meu retorno ao trabalho. 

Ele estava no aleitamento exclusivo, sem complementos, sem agua. Só peito! Felizmente consegui ter uma amamentação tranquila. Ele já mamou na própria sala de parto e daí para a frente tudo fluiu muito bem. 

Eu não tinha leite sobrando. Tinha o necessário para ele e não conseguia sobrar a quantidade para eu congelar e ele tomar enquanto estivesse trabalhando e assim manter o aleitamento exclusivo até 6 meses. 

Fomos ao pediatra e depois de muita conversa decidimos que começaríamos a dar fórmula e também sucos e papinha de frutas para ele se adaptar e ficar mais fácil para ele e minha mãe. Nessa hora, tive que deixar de lado o idealismo do aleitamento exclusivo até 6 meses e pensar no bem-estar dele. 

E assim começamos a saga da mamadeira. Ele nunca tinha tomado. Tentamos várias marcas, modelos, bicos. Fiz um estoque em casa e nada. Copo de vidro para aleitamento, também não. 

Com relação ao leite comecei tentando o Aptamil. Meu sobrinho havia tomado então tentei. Juro que ao abrir a lata fiquei com dó. O cheiro e gosto forte de ferro... entendi porque ele não aceitou...  

Então uma amiga indicou o Similac. Ele aceitou na segunda vez. Pouco e aos poucos sabe aonde? De colher. 

Sim, minha mãe teve a santa paciência de dar o leite de colher todos dos dias até encontrarmos um copo de treinamento da Avent que ele aceitou. 

O que ajudou nestes dias de adaptação do leite, foi que começamos a dar papinha de frutas e ele adorou! 

O retorno 

Não esqueço nem o dia: 20/maio. O que me deixou feliz é que era uma quarta feira e que logo em seguida teria o feriado de Corpus Christi. Duas semanas curtas. 

Fui para a minha mãe e criei a rotina de ficar com ele e amamentar antes de sair. Quando me despedi meu mocinho ficou numa boa. Ele nunca chorou quando o deixei. 

Entrei no carro e durante muitos dias chorei sozinha. Ele não podia ver. Eu precisei me mostrar forte e segura. 

Então voltei a ter minha bolsa (sem trocador e porta fraldas!) e minha companheira de alguns dias, a bomba de leite.  

A bomba trouxe dos EUA quando fiz enxoval. Acho que valeu muito a pena comprar. Usei muito no começo quando tinha muito leite e nestes dias de adaptação da nova rotina. 

Tentei manter a retirada a cada 3 horas. Foi difícil porque a empresa não possuía local exclusivo para isto. Depois de muita conversa consegui usar uma copa para isto. Tirava o leite e congelava. 

A questão é que ele preferia meu leite na fonte (peito) e aceitava melhor a mamadeira com formula.... Com a rotina aqui de reuniões e trabalho comecei a furar os horários e aos poucos o peito foi se adequando a rotina e um mês depois não precisei mais tirar leite. 

Meu trabalho era perto da minha mãe então todos os dias na hora do almoço ia amamentar, brincar e ficar com ele um pouco. Isso ajudou muito a conseguir trabalhar. Aquela hora com ele me renovava. Beijava muito, aproveitava... 


Fiquei com medo de que ele deixasse de mamar no peito. Ok, os 6 meses haviam passado, mas eu adorava ter aquele momento especial. Para a minha alegria ele ainda adora o “Tetê”. Hoje, ele está com um 1 ano e um mês! 

Minha mãe é um anjo em nossas vidas e não posso ser mais grata pelo que ele fez por ele nestes meses até ele completar um ano. 

O que posso dizer sobre o que sinto? Sinto que tenho sobrevivido! 
Agora estamos passando por uma nova fase de adaptação e aprendizado. Semana passada ele começou a adaptação na escolinha. Meu bebe está ficando um moço, fazendo amigos e tudo mais. 

Por mais que a gente passe os dias bem, sempre tenho meus momentos de culpa, saudades e uma certa tristeza por não poder ficar com ele. O que peço todos os dias é que Deus cuide dele e coloque pessoas de bem na vida dele! 

Com relação a adaptação e ida ao berçário? Acho melhor deixarmos para um próximo post!

Fotos Fê & Gui:



 
 

Texto By: Fernanda Mangueira